quinta-feira, 3 de julho de 2014

Conflitos e adolescência


A adolescência é um período entre a infância e a vida adulta. É uma fase de 
mudanças em que a criança se modifica de forma física, mental e emocional. Embora 
possa variar um pouco de cultura para cultura, em geral ela acontece dos 12 aos 20 
anos. É um período de descobertas de identidade, de possibilidade de experiências 
novas, de mudanças na forma de interpretar o mundo. Começam a perceber que é 
preciso agora começar a tomar decisões e de cer
ta forma se acham mais capazes de
fazê-las embora ainda sintam-se inseguros. É comum sentirem-se como se ninguém os
entendesse, especialmente os pais. Como resultado podem sentir-se irritados,
sozinhos, confusos, alguns tornam-se 'rebeldes', enquanto lidam com questões novas
e talvez complicadas como identidade, profissão, relacionamentos, sexualidade,
bebidas e drogas e até em alguns casos, uma gravidez.
Já os pais, por sua vez, costumam ficar frustrados ao perceberem que perderam
certa autoridade sobre eles, formas de educar que antes funcionavam, agora parecem
não terem mais o mesmo efeito. O afastamento natural nesse período pode assustar os
pais, que relatam sentirem-se impotentes diante das novas posturas e escolhas dos
filhos. Surgem, então, conflitos e questões na família, como o estilo de roupa, o
desempenho na escola, no trabalho, as companhias, os horários para estar em casa,
modos de se relacionar, o carro, privilégios, hábitos, etc.
Lidar com as questões da adolescência merece cuidado. O diálogo sempre vai ser
uma boa opção adotada pelos pais como uma medida preventiva, onde o adolescente
pode aprender sobre responsabilidades, limites e consequências do seu comportamento.
Pais afetivamente ausentes podem produzir em seus filhos sentimentos de baixa auto-
estima favorecendo assim o surgimento de comportamentos inadequados, muitos com o
intuito de chamar atenção, outros ainda devidos a um sentimento de desamparo
buscando alívio e algum tipo de prazer. Posturas dos pais autoritárias( cobradoras e
severas), super protetoras( muito cuidado e proteção) ou permissivas (ausência de
limites, ter tudo o que querem ) também não são adequadas.
Casais divorciados ainda precisam tomar um cuidado maior, pois os filhos sentem
também as conseqüências da separação.
É preciso ficar atento aos sinais quando algo não anda bem. Comportamentos
agressivos beirando à violência, distanciamento da escola, isolamento, retraimento,
promiscuidade, podem ser sinais de necessidade de ajuda. Pais violentos, na tentativa de
manter a disciplina, podem servir de modelo além de produzirem sentimentos bastante
desagradáveis e desnecessários. A violência nunca deve ser usada.
A junção de afeto, limites para se fazer e ter algo, convívio familiar dentro de uma
certa harmonia e respeito e permissão da liberdade com responsabilidade costuma ser a
melhor conduta que os pais podem adotar, tanto para evitarem conflitos, quanto para
formarem jovens preparados e adaptados à vida em sociedade.
Pais que de alguma maneira se sentem impotentes frente a alguma dificuldade
podem buscar auxílio profissional.


Marina Corrêa Leme 
Psicóloga comportamental
CRP: 80152

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